2019 é o ano do Podcast: saiba como isso pode ajudar a sua empresa
Os podcasts estão ganhando espaço no Brasil. Não é à toa que gigantes como Spotify e Google vêm investindo nesse formato.
Um sinal desse avanço é o Spotify, que realizou em fevereiro deste ano a compra de duas das maiores especialistas nesse formato atualmente: a Gimlet Media e a Anchor.
A empresa espera que o formato seja responsável por 20% do conteúdo não-musical da plataforma nos próximos dois anos.
“2018 já foi um ano surreal para o podcast aqui no Brasil (nos EUA, o podcast já é tão mainstream quanto YouTube). E 2019 segue nesse ritmo: grandes players de mídia investindo em podcasts (Globo, Folha, Estadão), empresas voltando seus olhos para o formato e novos canais parar se consumir”.
A opinião é do Luide Matos, diretor de conteúdo, autor do site Amigos do Fórum, do podcast Rebobinando e um dos maiores entusiastas da mídia no Brasil.
Para ele, “o produtor de podcast está há tanto tempo na margem do conteúdo de internet que já aprendeu absolutamente tudo sobre seu negócio”.
Agora é o momento das empresas e agências voltarem seus olhos para essa mídia, que mais fideliza o consumidor. Assim, os produtores poderão se profissionalizar.
O que isso tem a ver com a minha empresa?
Apesar de estar em menor número em relação a outras plataformas, os podcasts trazem um nível de intimidade com o ouvinte que nenhuma outra traz.
Eles estão, literalmente, falando ao ouvido do seu público, que escolheu ouvir aquilo. Além disso, a pessoa tem toda a atenção voltada para o que está sendo veiculado.
Está feita uma poderosa ferramenta de comunicação, com uma audiência estrategicamente segmentada. Uma oportunidade e tanta para quem quer anunciar, ou investir em marketing de conteúdo.
Podcast como estratégia de marketing
Mas, para aproveitar bem essa oportunidade, é necessário entender o hábito de consumo do ouvinte de podcast.
“O Rebobinando, por exemplo, a todo instante tem ouvinte novo chegando e se deparando com alguma dica dei há 8 meses, um ano etc. E sua recém-fidelidade e confiança no programa faz com que ele vá atrás de absolutamente tudo que é dito”, conta Luide.
Além disso, ele aponta que é necessário pensar na forma, no conteúdo na proposta e nas estratégias próprias para áudio, que não são as mesmas do YouTube, por exemplo.
Rádio x Podcast
Diferente do rádio, os podcasts podem ser acessados a qualquer momento e em qualquer lugar, via streaming (ao vivo), ou via download.
Além disso, existem programas em diversos formatos de conteúdo: notícias, bate-papo, storytelling, game show e muitos outros.
É essa liberdade de não se prender a uma programação, além de poder escolher o que ouvir, que atrai o público ouvinte de podcasts.
Um exemplo do poder que isso traz é o podcast da Folha de S. Paulo, “Presidentes da Semana”, que foi o mais baixado de 2018.
“[A série] criou uma nova legião de fãs que, após o fim do programa, se espalharam por outros podcasts”, destaca Luide.
Perfil dos ouvintes
Pesquisa feita pela Associação Brasileira de Podcasters, em parceria com a Rádio CBN, entre julho e agosto de 2018, traçou o perfil desse público no Brasil.
A pesquisa ouviu mais de 22 mil pessoas, entre ouvintes, não ouvintes e produtores de podcasts, e chegou a algumas conclusões.
- Homens são a grande maioria dos ouvintes de podcasts (84,1%).
- A maioria desse público (31,4%) está na faixa dos 30 a 39 anos.
- 92,1% ouvem podcasts pelo celular.
- Profissionais da tecnologia representam o maior número de ouvintes (22%).
Por que as pessoas ouvem podcasts
O primeiro podcast do Brasil surgiu há quase 15 anos, mas esse tipo de mídia perdeu força em pouco tempo.
Isso porque, nessa época, ouvir podcasts demandava trabalho: a pessoa devia entrar no site, baixar um arquivo .zip (compactado), descompactar esse arquivo, transferir para o player e ouvir.
Hoje, com o boom dos aparelhos móveis e a facilidade na tecnologia (existem inúmeras plataformas para ouvir on-line ou fazer download), o cenário mudou.
Mas o que leva as pessoas a se informarem via podcast? Alguns pontos que podem ser destacados são:
- a opção de escolher o que ouvir e quando ouvir;
- a facilidade de baixar os áudios;
- a diversidade e qualidade de conteúdo;
- o formato mais leve e descontraído;
- a facilidade de não precisar ficar olhando para uma tela, podendo fazer outras atividades enquanto ouve.
Além disso, Luide aponta a característica da empatia. “Tentar enxergar o mundo por outros olhos, ouvir experiências que não são suas, ou simplesmente querer ser provocado e sair da zona de conforto. No final de cada programa você sempre sai com a sensação que aprendeu ou descobriu algo novo”.
Mulheres que produzem podcasts
A produção de podcasts também alcançou um público que está cada vez mais tomando seu espaço.
O número de mulheres que produzem podcasts cresce a cada dia, com os mais variados assuntos.
Cotidiano, conhecimento, humor, cultura, tecnologia, empoderamento feminino. É uma infinidade de temas para quem quiser escolher.
Alguns dos mais escutados são: Mamilos — Jornalismo de Peito Aberto; Laços e o Finanças Femininas.
Bônus: dica de podcast
O Podcast Rebobinando fez uma série sobre Influenciadores Digitais.
Na série, em quatro episódios, o Luide Matos entrevista convidados para falarem sobre o financiamento desses influenciadores e a responsabilidade que eles têm.
Então, se você tem curiosidade sobre como funciona esse universo dos influenciadores digitais e se quer começar a ouvir podcasts, fica aí a nossa sugestão.
Quer saber mais como aproveitar essa estratégia na sua empresa? Fale com a DreamOne: contato@DreamOne.com.br.
Por Jéssica Lemos e Diego Galan, com informações da ABPOD, Meio e Mensagem e agências de notícias